quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Onde estão os legos?


Dei por mim, num raro de reflexão, a perguntar-me até que ponto cresci no decorrer destes verdes 17 anos de existências. Para além de alguns centímetros de altura a mais, alguns pêlos faciais entre outros frutos da adolescência, cheguei à conclusão que pouco cresci.

Durante este longo percurso que se torna pequeno à luz das memórias, lembro-me das horas incontáveis que passava à volta do enorme caixote de legos onde eu era dono e Sr. da realidade por mim criada.

Em criança tinha o poder de moldar aquelas pequenas fantasias que se tornavam realidade com o empilhar das peças e, nesses mundos limitados, encontrava a ilusão de um mundo maleável onde tudo era possível desde que tivéssemos as peças certas.

Hoje em dia a ilusão é um reflexo desfocado do que foi. Todas as vivências por que passei violaram e degradaram a minha visão do mundo, onde já não sou eu o dono da realidade, já não sou eu o “moldador” de cenários. Agora, se existe algo maleável no mundo sou eu, és tu e todos aqueles que já entraram nesta longa estrada para onde é necessário ser versáteis e possuir o dom da adaptação para sobreviver a todos os cenários a nós externos.

É por isso que me pergunto onde ficaram os meus legos, onde ficou a capacidade de sermos donos dos nossos mundos onde podemos ser o que se desejamos e sonhamos.

Mas é triste que ao chegar a casa eu ainda grito “Onde estão os meus legos?”

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